“Temos de parar de discutir números e décimas, para começar a olhar para as pessoas e para o seu contexto: e estas pessoas precisam de soluções.”
Hugo Carvalho, Presidente do CNJ escreve hoje no Jornal “Público” sobre “a pertinência das estatísticas e das percentagens” num artigo com o título “Também emigrámos das estatísticas?”
“Permitam-me que ilustre o problema da inutilidade das estatísticas quando vistas por si só, sem contexto, com um exemplo de choque: num país em guerra a taxa de desemprego pode ser zero, porque as pessoas estão a fugir, não estão à procura de emprego.”
“No desemprego jovem, que – já agora – continua a ser o dobro do da população no geral, precisamos de uma abordagem que integre quem os números não representam, desafiante do sistema, crítica da forma como queremos resolver este problema. Continuamos a ver anúncios que não se concretizam, porque tem havido sempre outras prioridades e opções políticas: mas temos ficado sempre por aí, pelos anúncios… Onde está o plano nacional de combate à precariedade? Para quando o inovador contrato-geração? Como refinanciaremos em larga escala as medidas ativas de emprego, para aproveitar o ciclo económico positivo para dar soluções aos desempregados? Quem terá a coragem política de abordar com seriedade o tema do subemprego e dos postos de trabalho com condições e vínculos precários?”
“É célebre a frase de que os números das estatísticas, quando suficientemente torturados, acabam por dizer o que se pretende. ”
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